A dinastia RomanovA dinastia dos Romanov durou três séculos e teve seu ápice
com Pedro o Grande, que viveu uma infância tão traumática
quanto a de Ivã, e dividiu o poder com um meio-irmão até
os 24 anos, quando este morreu. Pouco antes disso, fez uma viagem de 18 meses
pela Europa Ocidental, que daria o tom de seu reinado. Nessa viagem, Pedro obteve
conhecimentos e idéias que o ajudaram a realizar uma transformação
na vida dos russos, abrangendo desde mudanças no vestuário até
questões mais profundas: incentivou a construção de fábricas,
ordenou a impressão de livros em larga escala, fundou o primeiro jornal
russo e escolas de Filosofia, Astronomia, Medicina e Navegação,
entre outras. Também entregou o controle da Igreja ao Estado, construiu
uma nova capital para a Rússia — São Petersburgo —,
reorganizou o serviço civil e modernizou o exército, tornando-o
mais bem equipado e eficiente.
O maior exemplo das melhorias que Pedro instituiu no exército foi a
vitória na Batalha de Poltava, que impediu os suecos de invadirem a Ucrânia
e garantiu à Rússia novas porções de terra na margem
oriental do Mar Báltico. Essa conquista possibilitou a abertura de uma
rota segura para o resto da Europa, o que contribuiu para consolidar os planos
de aproximação com o mundo ocidental. Apesar de melhorar a Rússia
em vários setores, Pedro causou uma cisão na população:
de um lado, estava a classe dominante, “ocidentalizada”; do outro,
o campo e a Igreja, resistentes às mudanças. Foi nesse clima que
esse reinado terminou, com sua morte, em 1725. Como, sete anos antes, ele foi
responsável pela morte do próprio filho — torturado sob
acusação de conspiração — Pedro não
deixou um herdeiro. Vários integrantes da família assumiram a
coroa, até que ela chegasse a seu sobrinho-neto Pedro de Holstein, mas,
foi nas mãos de sua esposa que o poder realmente foi parar.
Mesmo não sendo russa (era natural da Prússia), Catarina tratou
de dominar o idioma e a cultura do país e, depois de mandar matar o marido,
assumiu a coroa — aliás, que coroa! A que Catarina encomendou para
sua posse tinha quase 5000 diamantes e dezenas de pérolas. A extravagância
ficou conhecida como “o objeto mais caro que já existiu em toda
a Europa”.
Mas Catarina não vivia só de luxos: usou o poder para, influenciada
pelas idéias do Iluminismo, implementar um novo código de leis
para a Rússia, instituindo um pensamento segundo o qual os czares deveriam
governar com base em critérios racionais, e não de acordo com
“a vontade divina”. Por isso, Catarina é tida como modelo
de “déspota esclarecida” — nome que os historiadores
dão a monarcas que, mesmo exaltando seu próprio poder, governam
tendo como finalidade o progresso e a melhoria das condições de
vida da população. Catarina também cuidava muito bem da
sua própria qualidade de vida. Aumentou seu palácio, construiu
muitos outros e mantinha uma galeria de arte de valor inestimável, com
milhares de obras de grandes artistas. Após enfrentar uma revolta de
camponeses liderada por Pedro Pugachev, um homem que dizia ser seu marido e
que não tinha sido morto, ela acabou abandonando seus ideais progressistas.
Sufocou a revolta (chamada de “Revolta dos Cossacos”), ordenando
o esquartejamento do suposto marido e desde então, tornou-se cada vez
mais autoritária. Morreu em 1776 e deixou um país muito mais moderno
e pobre.
Nos
governos seguintes, a Rússia vive uma fase expansionista, anexando
ao seu território as regiões da Criméia, Lituânia,
parte da Ucrânia, Geórgia, Finlândia e outros. E, após
derrotar o exército de Napoleão Bonaparte, em uma tentativa
de invasão contra Moscou, adquiriu o status de grande potência
na Europa. |
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Você já deve ter ouvido falar que Napoleão
Bonaparte foi vencido durante sua tentativa de conquistar Moscou pelo
famoso general Inverno, não é? Esse tal general nada mais
é que o próprio inverno russo, conhecido por ser extremamente
rigoroso.
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