Com a chegada da estação de
chuvas e calor na maior parte do país, sempre aumentam
as chances de ocorrer uma epidemia de dengue. Só
o esforço coletivo pode conter o avanço do
mosquito Aedes aegypti.
Foto ampliada do mosquito Aedes aegypti.
Desde 1986, todo ano é assim. A epidemia de dengue,
que parece adormecida, controlada, reaparece com força
à medida que o termômetro sobe e as chuvas
caem no verão. A chuva traz de volta uma ameaça
minúscula, mas não menos assustadora. Ela
mede cerca de cinco milímetros e parece um pernilongo
ordinário. Com a ajuda de uma lupa, vê-se um
mosquito de cor escura rajado com listras brancas.
Altas temperaturas e chuvas abundantes fazem o paraíso
do Aedes aegypti. São as condições
ideais para o mosquito se reproduzir. A água que
enche as represas é a mesma que se acumula em pneus
velhos, garrafas e todo tipo de objeto jogado ao léu.
É nela que as fêmeas fazem seu ninho. Quanto
maior é o calor, mais rápido os ovos se transformam
em larvas e, em seguida, em mosquitos. A chuva é
o gatilho que dá início ao calvário
de milhares de pessoas que são infectadas com o vírus
no país.
O Brasil registrou um grande número de casos de
dengue no verão 2001/2002, mas a situação
de epidemia se caracterizou apenas no estado do Rio de Janeiro.
Outros, como Pernambuco e Mato Grosso do Sul, por exemplo,
experimentaram um considerável aumento no número
de casos.
A dengue, que tem sido objeto de uma das maiores campanhas
de saúde pública realizadas no país,
teve um crescimento significativo na década de 1990,
atingindo o nível mais elevado em 1998, quando foram
registrados cerca de 528 mil casos. Houve uma redução
acentuada em 1999, com 210 mil casos. Mas ocorreu um novo
aumento a partir de 2000, culminando nos cerca de 794 mil
casos em 2002, muitos deles do tipo 3, uma variante a que
ninguém estava imune. Desde então, todo verão
é época de alerta no Brasil, e não
está sendo diferente na temporada 2007/2008. Aliás,
antes mesmo da temporada, os números já eram
assustadores. Entre janeiro e setembro de 2007, o número
de casos de dengue aumentou quase 50% em comparação
com o mesmo período do ano anterior!
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Aluna explica onde pode haver
focos de dengue dentro das casas. |
No dossiê a seguir, você vai entender que a
dengue não poupa ninguém — ricos e pobres,
famosos e anônimos. A doença é responsabilidade
de todos.
Só o esforço coletivo — do governo
e da sociedade — pode conter a epidemia. O controle
da dengue exige uma mudança de comportamento das
pessoas. Ao invés de vítimas, é preciso
que os brasileiros se tornem combatentes do mosquito da
dengue.
O Aedes aegypti mora ao lado, e a maioria dos criadouros
está dentro das casas, entre quatro paredes. É
necessário verificar se não há tralha
no quintal e nos terrenos próximos e ver como andam
os potes de plantas.
Observar se há focos do mosquito é ver se
as caixas d'água e os pratos dos vasinhos não
viraram aquários para as larvas.
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