É grave essa tal dengue
tipo três?
O primeiro registro de dengue tipo três no Brasil
foi tema de um relatório, com data de abril de 2001,
feito pelo então secretário de Saúde
do município do Rio de Janeiro, Sérgio Arouca.
O aparecimento de um novo sorotipo deve servir de aviso.
Isso significa que toda a população está
sujeita a contrair o novo vírus. Ninguém está
imune, nenhum organismo desenvolveu defesas contra ele.
Há outra conseqüência que pode se tornar
ainda mais trágica: o aumento de casos de dengue
hemorrágica, que pode levar à morte.
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Ninguém está imune
à dengue tipo 3. Para enfrentar essa ameaça,
somente o esforço dos agentes de saúde
não basta. Todos precisam estar contra a dengue. |
Em 2001, mais de 67 mil pessoas foram infectadas no Rio
com o vírus tipo um ou tipo dois da dengue. Com o
surgimento do tipo três, eram essas as pessoas com
mais chances de contrair a dengue hemorrágica se
fossem picadas novamente. Mas o alerta do relatório
não se concretizou. Felizmente, só houve 675
casos registrados. A calamidade parecia ter sido evitada,
mas isso só até a chegada do verão
de 2002, quando a Secretaria Estadual de Saúde registrou
646 casos da dengue hemorrágica. Isto é, quase
o mesmo número de vítimas de todo o ano de
2001!
Outra comparação ajuda a entender a gravidade
do que aconteceu aos cariocas. A dengue tipo dois chegou
ao estado em 1990. No verão seguinte, 86 mil pessoas
ficaram de cama durante a estação. Em 2002,
a situação é semelhante. Foi o primeiro
verão desde que a dengue tipo três apareceu.
Imagem cedida pela ONG sueca UBV. Foto
de Erik Gustavsson.
Uma
triste novidade do ano de 2007 é o aparecimento
de uma nova variação da doença,
a dengue tipo 4. Ao que tudo indica, a dengue tipo
4 não é mais grave que as variações
que já conhecemos da doença. Alexandre
Loureiro, professor de biologia do portal, esclarece
que os quatro tipos de vírus da dengue apresentam
as mesmas manifestações clínicas,
sintomatologia e são tratados da mesma forma.
"Mas se a pessoa já foi contaminada
com algum dos tipos da dengue e ficar doente novamente,
corre o risco dessa infecção se tornar
mais grave, chamada de dengue hemorrágica,
em que a pressão sangüínea diminui
e há risco de morte", explica. Isto
é, apesar de não ser mais grave, a
dengue tipo 4 aumenta os riscos de contaminação
e complicação da doença.
Loureiro ressalta que o risco desse tipo de dengue chegar
ao Brasil é real, já que nossa população
não está imune a este tipo viral. E faz
um alerta: "Os serviços de vigilância
epidemiológica devem estar em alerta e todas
as medidas possíveis devem ser tomadas para evitar
que o tipo 4 se alastre pelo país e cause epidemia".
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