Algumas drogas, como a maconha, não trazem benefícios físicos
ao atleta, e alguns esportes, como o xadrez, não têm seu resultado
alterado por causa do uso de doping. Então, qual é o parâmetro
para saber se o atleta está dopado ou não?
O órgão que determina quais substâncias e métodos
são proibidos é a Wada, por intermédio do Código
da Agência Mundial antidoping (AMA).
O AMA estabelece que doping é a utilização de substâncias
ou métodos capazes de aumentar artificialmente o desempenho esportivo,
sejam eles potencialmente prejudiciais à saúde do atleta ou a
de seus adversários ou contra o espírito do jogo. Quando duas
dessas três condições se fazem presentes, caracteriza-se
o doping. Então, no caso da maconha, por exemplo, ela faz mal para o
atleta e vai contra o espírito do jogo, portanto, é considerada
doping.
O controle do doping pode ser realizado pelo exame do sangue ou da urina do
competidor imediatamente após o término de uma competição,
podendo também ser feito a qualquer momento da vida do atleta, durante
um treinamento, em sua residência e até mesmo algum tempo antes
ou depois de uma prova.
Divulgação |
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Eduardo De Rose: sistema antidoping
aposto muito na educação dos atletas. |
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) publica anualmente uma cartilha
de orientação aos atletas sobre o uso de medicamentos no esporte.
A publicação traz a lista de substâncias e métodos
proibidos, além de explicar os meios de controle de dopagem existentes
e a legislação antidoping do Comitê Olímpico
Internacional (COI). Nela, você pode saber mais sobre a evolução
do doping nos Jogos Olímpicos. Você encontra essa cartilha
no site do COB.
No caso das Olimpíadas, a maioria dos atletas já vem sendo testada
muito antes do evento, o que diminui as chances de que eles se dopem antes dos
Jogos e parem num determinado período para que as substâncias que
utilizaram não sejam detectadas em Atenas. E durante os Jogos, o Wada
já avisou que não haverá trégua. Por exemplo: até
bem pouco tempo, acreditava-se que não havia um teste muito eficiente
para detectar doping por hormônio de crescimento, muito utilizado
para a queima de gordura e aumento da massa muscular. Mas, há poucas
semanas, o órgão insinuou que já possui um teste eficiente
e que os atletas que estivessem utilizando tal substância deveriam ficar
longe da Grécia. “O doping é um problema que surgiu
nos Jogos Olímpicos anteriores a 1936, mas que começou a ser controlado
de forma mais organizada em 1967. A partir de 1968, todas as Olimpíadas
passaram a ter, rotineiramente, um controle de doping. Apesar de, em
alguns anos, terem ocorrido falhas, geralmente o sistema funciona sem problemas”,
afirma o Dr. Eduardo De Rose. O dirigente lembra que o sistema antidoping
não é baseado apenas em exames, começando pelo incentivo
ao fair play (jogo limpo) e à educação dos atletas
por meio de muita informação.
Punições
Um atleta flagrado pelo exame antidoping tem o direito de tentar se explicar,
mas, se for comprovado o doping, ele é punido conforme a
substância utilizada. A penalidade mais comum é a suspensão,
que pode variar de três meses a dois anos. Em caso de reincidência,
o competidor pode até ser excluído por toda a vida. No caso
de esportes coletivos, a pena varia, pois depende da federação
internacional responsável. “Nas Olimpíadas, no vôlei,
por exemplo, se é detectado um caso de doping, a equipe toda perde
o jogo por 3 sets a 0. Já no futebol, não acontece nada
com a equipe, e o atleta apenas é suspenso. Mas a tendência,
no geral, é de que, se houver mais de dois casos, a equipe toda
seja desclassificada”, explica De Rose.
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