"Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?"
O verso da canção resume o desejo de milhões
de garotos mundo afora. Com o pé na várzea e
na bola de meia, o pensamento corre solto. O que interrompe
a fantasia, quer dizer, a partida não é apito
de juiz. É buzina de carro que se aproxima. No torneio
da rua, os chinelos marcam as traves. De pés descalços
e na equipe dos sem-camisa, eles já se imaginam como
o camisa 10 do time do coração.
Mas nem só o amor ao clube, o grito da torcida em
estádio lotado e a emoção do gol decisivo
na final alimentam esse sonho. O que faz os protótipos
de centroavantes, meias e beques centrais correrem atrás
da bola é também a possibilidade, mesmo que
remota, de um contrato milionário. Se possível,
no exterior e em dólar. Com ele virão o carro
0 km, as roupas de grife e a casinha para garantir o sossego
dos pais, longe da periferia.
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