As globe-trotters dos mares fazem um regime e tanto!
As baleias jubarte são cidadãs do mundo: vivem nos dois
hemisférios e adoram viajar! Saindo do Ártico ou da
Antártida, elas migram para águas tropicais todos os anos.
As jubarte são encontradas em qualquer oceano do planeta. Graças
ao seu espírito globe-trotter, elas detêm o recorde da mais longa
migração já feita por um mamífero: há
registros de uma viagem das Antilhas à Noruega. Elas chegam a nadar
300 quilômetros por dia. Na pressa, alcançam a velocidade de 20
nós, que equivalem a 37 km/h.
Há muito mistério sobre a rota dessas migrações,
mas uma coisa é certa: as jubarte vêm em direção ao
Equador para procriar e educar os filhotes. Mas não pense que essa
jornada é tão fácil e agradável quanto uma viagem
de férias. As jubarte viajam milhares de quilômetros em jejum!
Isso porque elas só se alimentam de pequenos peixes e de krill,
uma espécie de camarão que habita as gélidas águas
dos pólos.
Esse regime pode levar oito meses. As jubarte odeiam comer fora de casa, e
essa queda por comidinha caseira faz elas perderem quase um terço do
peso. Depois de tamanho esforço em busca da maternidade ideal, a
mamãe jubarte dá à luz um único filhote, que
passa onze meses em sua barriga e sai de lá com 5 metros e mais de
uma tonelada.
Estamos no período de acasalamento. Entre julho e novembro, as
águas quentes, tranqüilas e pouco profundas de Abrolhos, litoral
sul da Bahia, são o berçário que as jubarte pediram a
Deus. A temperatura é ideal para o filhote, que ainda não tem
gordura suficiente para proteger-se do frio. Ele só adquire essa gordura
ao encher a pança de krill. Mas, antes de fazer essa boquinha,
uma longa jornada até o pólo mais próximo o aguarda. Se
não fosse o leite materno, chegaria lá com o estômago
roncando.
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