Faça valer a sua voz Você pode ajudar o planeta mudando seus
hábitos e agindo de forma local, conscientizando as pessoas mais próximas
da importância de elas fazerem o mesmo. Fora isso, é problema dos
governos, não é? Sim, também é, afinal as decisões
tomadas por autoridades têm efeito sobre toda a população
que governam. Mas, pensa bem: Será que seu papel como cidadão
de um país é aceitar o que o governo faz e diz ou ajudá-lo
a se direcionar para tomar as decisões que você acredita serem
certas? Lembre-se de que o mundo é dos jovens. Parece frase feita, mas
é verdade: Somos nós, jovens, que vamos arcar com as conseqüências
do que for ou não feito agora para reverter o quadro de degradação
ambiental do planeta.
É isso que pensam jovens como Mateus Fernandes. Desde o primeiro contato
que teve com a natureza, como participante do movimento escoteiro, ele percebeu
a importância de não apenas lutar pelo meio ambiente, mas também
de participar das discussões sobre o tema. Hoje com 25 anos, ele é
coordenador do GEO Juvenil Brasil, projeto que promove estudos, eventos e ações
efetivas na esfera ambiental.
Contrariando o senso comum que diz que a juventude brasileira é acomodada,
ele conta: “A UNICEF fez recentemente uma pesquisa no Distrito Federal,
mostrando que quase 70% dos jovens querem participar de ações
e debates, mas não sabem como. Ou seja, eles conhecem o problema, sabem
que podem fazer algo, mas não têm os caminhos. E pior que isso,
quando querem opinar, ninguém quer ouvir”, completa.
Na tentativa de resolver esse problema, os Ministérios da Educação
e do Meio Ambiente criaram, em 2003, os Coletivos Jovens de Meio Ambiente, grupos
presentes em todas as unidades federadas do país. São turmas que
reúnem gente de idades variadas, também para discutir e agir.
O grupo é coordenado pela Rejuma — Rede de Juventude pelo Meio
Ambiente e Sustentabilidade — e, conforme explica um de seus coordenadores,
Diogo Damasceno Filho, todos têm voz: “Quando falamos em ‘rede’
e ‘coletivos’, estamos falando na descentralização
do poder, numa estrutura aberta, sem ‘chefes’.”
Outro exemplo de que os jovens podem e devem ter voz ativa neste debate é
o programa “Jovens Embaixadores do Clima”, promovido pelo Conselho
Britânico, órgão de relações exteriores do
Reino Unido. O projeto selecionou este ano três jovens brasileiros para
participarem de eventos no exterior, debatendo e propondo políticas ambientais
para os governantes de alguns dos países mais poderosos do mundo. A experiência
deve se repetir no próximo ano, e se você acha que essa é
uma possibilidade distante demais para você, veja o que tem a dizer a
representante do conselho, Daniella Padula: “Não procuramos necessariamente
jovens experts em questões ambientais. Procuramos jovens que tenham iniciativa,
consciência do seu papel de cidadão”. Ou seja, basta ter
consciência e muita vontade, e você pode ter a chance de realizar
uma ação de grande alcance, que realmente faça diferença
para as próximas gerações.
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